25 de fev. de 2010

Estava andando pelos corredores do hospital quando me deparei com essa imagem. Achei interessante o recipiente com álcool gel logo abaixo do crucifixo. Dois símbolos de purificação, ainda mais em um ano como esse, de gripe suína. É como se, quando as mãos fossem aspergidas pelo álcool em busca do livramento dos microorganismos, também sentisse um pouco das gotas do sangue de Cristo, purificando a alma, trazendo alívio, esperança, principalmente ali, onde a doença se faz tão presente. Não sei se a fixação dos objetos fora intencional, mas é bem conveniente. A cruz ainda representa morte pra muitos, e vida pra outros, lembrando da ressurreição. No hospital vemos as duas, morte e vida assim lado a lado. Risos na maternidade, lágrimas na UTI, por vezes o contrário.

Dentro da Unidade de Cuidados Intensivos há um clima pesado, não sei, mas me sinto mal toda vez que entro lá. Acho triste e algumas vezes mesmo com os olhos marejados, parece que vejo as almas castigadas dentro de corpos que sofrem, que não aguentam mais. Almas dentro de corpos amputados, que se espremem pra caber, como as assistentes de mágicos dentro daquelas caixas... Lembranças da vida em abundância prometida pelo Senhor invadem minha mente ou melhor acordam aqui dentro. Acho que Ele também fica triste em nos ver assim, tão humilhados pela doença, pelo nosso próprio pecado. Senhor, que venha o teu Reino, a vida em abundância.

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